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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Férias diferentes, feitos eternos.


Os dias têm sido cada vez mais corridos. Trabalhamos, estudamos, realizamos diversas atividades que ao longo do tempo deixam-nos sobrecarregados, estressados e acima de tudo, cansados.
Dessa forma, não vemos a hora de ouvir uma palavrinha que soa como um refrigério. Algo compensador em relação a todo o stress e correria que temos vivido.
Quando ouvimos a palavra “férias” nossa expressão muda: a esperança de momentos tranqüilos, divertidos e renovadores de energia surge, bem como a torcida para que sejam dias inesquecíveis.
Entretanto... Será que nossas últimas férias realmente têm sido compensadoras?

E se eu te convidasse para férias diferentes? Nada do habitual, do “pão com manteiga” de janeiro/julho tais como praia; montanha, casa de parentes distantes, parques de diversões renomados, acampamentos diversos ou o conhecido “ficarei em casa, assistirei muita televisão, comerei muito brigadeiro com pipoca e verei muitos filmes. De quebra, o tradicional “cineminha”, reunião na casa de amigos e alguns passeios”. Que mais se pode querer? Bem, quando de fato o objetivo é fazer as mesmas coisas de sempre, sem surpresas e mudanças, nada.

Falo de algo fora do que nossa rotina nos permite diariamente. Algo realmente compensador, no sentido mais puro da palavra.

Segundo o dicionário Gama Cury, compensação é definida como ato ou efeito de compensar, substituição de uma coisa que falta, troca. Já compensar seria reparar um mal com um bem, neutralizar a perda com um ganho.

Substituição. Troca. Reparos. Ganhos! É sobre isso que tenho a te falar. ;)

O ser humano, em determinados círculos dos quais faça parte, a cada dia busca realizar atos, feitos e prodígios que perdurem durante um tempo, que sejam importantes e lembrados. Isso não é errado, de forma alguma. Entretanto, convido você a realizar atos que perdurem pela eternidade. Que tenham conseqüências eternas.

Quando deixamos este mundo não só o abandonamos, mas deixamos também tudo o que construímos nele. Sendo assim, em seguida nossos feitos também passarão.
Contudo, podemos deixá-lo - este mundo -, e ainda assim ter feito alguma diferença que diz respeito ao que se espera depois dele. Diferença em nossa vida, primeiramente, mas principalmente, diferença na vida de outros.


Sendo assim, convido você a buscar realizar atos que perdurem e tragam diferenças para a eternidade de bens preciosos - mais que ouro e prata e que dinheiro nenhum compra: Esses bens nada mais são do que vidas. Vidas assim, como eu e você. Essas diferenças na eternidade destinadas a você dizem respeito ao seu galardão. Quanto às outras pessoas, estão relacionadas ao destino final.

Você pode estar se perguntando: O que vidas têm a ver com férias?

Bem, na verdade, TUDO! Sugiro a você a substituição, a troca de férias habituais por uma marcante experiência. Sugiro que durante um breve período de sua vida você seja um reparador de brechas e obtenha ganhos incomparáveis!

Encorajo você a durante suas férias participar de um projeto missionário.

Projeto missionário, eu? Sim!
Sua experiência pode ser de um mês, algumas semanas, ou quem sabe poucos dias. Depende de você e de sua disponibilidade de tempo.

Você pode me perguntar: "Por que eu participaria de algo assim?" Ou quem sabe diria: “Acho muito bonito, mas não tenho esse chamado”; “Não tenho experiência”, “Tenho medo e vergonha de falar sobre Jesus com outras pessoas”, e demais dificuldades que muitas vezes permeiam nossa visão em relação a fazer Missões.

A você que possivelmente pense assim, tenho algo a dizer. A maioria dos pré-requisitos para realizar Missões não passa de idéias pré-concebidas. Essas idéias pré-concebidas nos trazem uma visão errada e totalmente diferente do que na verdade é realmente necessário.

Depois de todos os projetos que participei, acerca dos pré-requisitos constatei que na verdade, poucos são, de fato, indispensáveis:

1) Amar ao Senhor de todo coração e ter convicção de sua fé.
Não falo de extenso conhecimento bíblico. É bom, mas caso você não o tenha, não significa que não possa envolver-se em Missões. Tudo é uma questão de aprendizado! Depois que você se dispor, quando menos perceber, terá na ponta da língua de forma fácil e acessível os principais textos que uma pessoa precisa conhecer e entender para ter um encontro com Cristo.

2) Buscar fazer a vontade de Deus e TER O DESEJO de enxergar o perdido como Ele enxerga.
Uma coisa importante é saber que nem todas as pessoas em um primeiro momento olham para as pessoas sem Cristo como Deus olha, e você não precisa sentir isso, ou forçar-se a nada! Entretanto, é essencial que você deseje ver como o Senhor vê. É essencial que você tenha o desejo de importar-se com essa realidade. É essencial que você sinta o desejo de sentir amor pelo próximo. Caso o seu desejo seja sincero, aguarde e será surpreendido! ;)

3) Ser apto a aprender e ter muita disposição para servir.
É importante que você queira aprender o que for necessário, mas saiba, Missões não é algo muito teórico. Assim como muitas outras coisas, você só passa a aprender na prática. Depois que você começar a praticar, verá que é mais tranqüilo, gratificante e abençoador do que você poderia imaginar!

As demais coisas como: Experiência, segurança – e até mesmo – paixão pelas almas, se você ainda não as tem – virão naturalmente.

Quanto ao último tópico – paixão pelas almas – uma palavra breve: Conheço pessoas que se sentem culpadas por não sentirem isso. Precisamos entender que somos diferentes! Há diferentes dons e habilidades que foram distribuídas a cada um de nós, justamente para o que seríamos úteis. (I Coríntios 12:7, I Pedro 4:10).

Ter um chamado ou vocação missionária não é obrigação de todo cristão, pois a Palavra de Deus afirma por si só que nem todos teriam esse chamado e dom específico. (Caso haja interesse no assunto, Leia Efésios 4). Entretanto, reconhecer sua importância, a urgente necessidade do perdido e o envolvimento na grande comissão (Marcos 16.15) é algo que todo cristão NÃO pode deixar de considerar.

Desse modo, se você ainda não tem esse amor pelas pessoas que não conhecem a Jesus, mas gostaria muito de ter e tem pedido a Deus que coloque esse amor em seu coração, saiba: Há propósitos de Deus para sua vida quanto a isso! Há muitos cristãos que simplesmente não se importam, e se você se importa por não se importar, creia: Você se importa, sim!

Se você já tem esse amor, desejo de ver vidas salvas e chamado missionário confirmado por Deus, mobilize-se dentro de suas possibilidades para começar a saciá-lo, e compreenda que há vidas somente esperando por VOCÊ. Deus te chama e te comissiona para esta grande obra! Não enterre esse desejo dentro de você, pois os trabalhadores já são muito poucos e a seara é enorme. (Mateus 9.37). Precisamos terminar o trabalho que nos foi confiado, para que assim, o Senhor venha buscar os que são seus.

Dessa forma, deixo a você a sugestão: Surpreenda-se trocando suas férias habituais por feitos eternos.

Esse texto foi apenas uma pequena introdução sobre este assunto. No próximo post irei discorrer sobre os principais motivos que poderiam te levar a um projeto missionário, e o que essa experiência poderia trazer para sua vida. Em seguida, darei sugestões de excelentes projetos, dos quais, um deles pode vir a fazer grande diferença em sua vida.

IMPORTANTE: Não esqueça do principal: Suas experiências em um Projeto Missionário estão diretamente ligadas e dependerão do verdadeiro desejo do seu coração.
Se seu coração estiver contrito e disposto, prepare-se para uma grande experiência com Deus. Porém, se o seu coração estiver disperso, sem foco e com outras motivações, saiba que verá muito pouco do que poderia ter visto, e fará muito pouco em relação ao que poderia ter feito.
Logo, pode correr o risco de ter uma experiência vazia por não ter firmado em seu coração propósitos firmes, como conhecer mais de Deus e durante aqueles dias específicos esforçar-se para somente fazer a Sua vontade, agindo como instrumento. É como se fosse somente a pontinha do iceberg em relação ao vasto bloco de gelo que está abaixo da superfície da água. Você não verá nada e pode voltar exatamente igual a como foi, e o pior: Sem molhos. (Salmos 126. 6).
Quando isso acontece, perdemos uma grande oportunidade que havia sido planejada por Deus para a nossa vida. Não desperdice-a. Passamos a vida toda priorizando as nossas coisas. Por que não podemos, durante poucos dias, priorizar única e exclusivamente as coisas dEle? ;)

Por último, não se esqueça:

"Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz." – I Pe 2.9

Você foi eleito. Você foi comprado por um alto preço, é propriedade exclusiva de Deus! “A fim de” é uma locução prepositiva que indica finalidade. Sendo assim, nossa finalidade é essa:
Com nosso viver proclamar as virtudes de Deus.

Férias diferentes, feitos eternos. Esse convite é exatamente para VOCÊ. ;)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Aprender uma nova língua: Liberte-se dos mitos!


Atualmente, aprender um novo idioma é algo praticamente obrigatório, em função das exigências do Mercado de trabalho e da Sociedade como um todo. Contudo, nós, profissionais da Linguagem, percebemos que há muitos mitos relacionados ao “aprender e ensinar” uma nova/segunda Língua. É de grande importância que essas idéias pré-concebidas sejam desmistificadas, pois tais crenças dificultam a aprendizagem e comprometem os resultados esperados de um aluno que estuda uma nova Língua (e consequentemente, uma nova cultura).


Muitas vezes um professor adentra uma sala de aula na qual os alunos percebem a língua estrangeira envolta em diversas crenças e mitos. Barreiras são criadas, limites são impostos com base em pressupostos sem nenhuma teorização. Mitos que não passam do senso comum prejudicam grandemente o ensino e o aprendizado de algo essencial para aquele que aprende. Sendo assim, perde-se tempo, perde-se dinheiro e o aluno sente-se desmotivado.


Um mito conhecido é o de que há línguas mais difíceis do que outras. Quando estudamos a linguística e o processo de aquisição - não da linguagem, mas de uma língua - , passamos a entender que isso não se aplica ao que realmente acontece. Cada língua tem suas particularidades. O que irá fazer a diferença é a proximidade da segunda língua com a língua materna.


Um falante do português terá assim, grande dificuldades para aprender o mandarim, o árabe, ou até mesmo o russo, que trabalham com ideogramas. Trabalhar com línguas como o espanhol, o italiano, o francês e o inglês seria trabalhoso e não menos difícil, pois seja qual língua for: aprender um novo idioma sempre será sinônimo de investimento e longo prazo. Sendo assim, o processo para a aquisição de qualquer língua estrangeira é o mesmo.


Entramos em outro grande mito: Espanhol é igual ao português. Esse mito é uma “pedrinha no sapato” dos profissionais desta área, pois torna-se difícil lecionar para alunos que já tem em si a idéia de que já sabem espanhol. (Esse mito é particularmente, um dos quais mais me incomodam. Por que será?).


Essa crença é logo desfeita quando se estuda o Espanhol de forma profunda. Já nos níveis iniciais o aluno depara-se com a “dura realidade”: espanhol não é português de forma alguma. Com o tempo, passa a entender que as estruturas gramaticais são totalmente diferentes, que a gramática difere em muitos aspectos da do português. O melhor exemplo para mostrar ao iniciante é a lista (enorme) de falsos cognatos, falsos amigos: palavras com a mesma grafia nas duas línguas, porém significados totalmente diferentes.



Uma grande crença que ainda permaneçe é a de que o inglês é a única língua estrangeira que vale a pena aprender. Muito tem acontecido para que essa crença caia por terra. O espanhol e o mandarim, por exemplo, daqui a alguns anos dominarão o mercado. Pessoas fluentes nesses idiomas serão muito reconhecidas. Atualmente, já não há grande surpresa ao conhecermos alguém que fala inglês, afinal, “todo mundo fala inglês”. Sendo assim, esse mercado satura-se cada vez mais, enquanto profissionais de outras línguas passam a ter mais espaço por pertencerem a um grupo menor.


Outra crença, agora relacionada ao nosso português é a de que gramática é algo muito difícil, senão impossível de aprender, para desespero de concurseiros e vestibulandos. Ou outra pior ainda: todo licenciado em letras-português (e essa crença existe até mesmo para os licenciados em língua estrangeira) é uma gramática ambulante, ou reprodução de um dicionário. Um letrando conjugar um verbo de forma incorreta é um “pecado”. Isso estende-se a outras áreas de conhecimento: é o mesmo que um matemático errar o resultado de um cálculo ou um advogado errar o número do artigo de uma lei. Que pobreza de conceitos!


Poderia eu listar inúmeras outras crenças, sem contar as de raiz psicológicas, como: “Nunca fui bom em tal disciplina e assim nunca saberei isso”, “Meus professores desta matéria foram péssimos... Este também não será diferente” e assim por diante. A classificação de crenças é enorme!


Crenças somente prejudicam o aluno e seu desempenho. Há duas semanas eu dava aulas de espanhol para uma classe de EJA (Educação de Jovens e Adultos). Sabe o que a maioria pensava? Que não passavam de repetentes burros. Poucos tinham uma boa perspectiva do futuro. Alguns, por já serem mais velhos, acreditavam que não precisavam mais aprender. Isso é um absurdo! Ali pude compartilhar com eles que todo ser humano é dotado de capacidades especiais, eles não seriam diferentes. Entretanto, há dificuldades na aprendizagem (como a dislexia, transtorno de concentração e muitos outros). A maioria dos grandes gênios da Ciência e da música - como Albert Einstein e Galileu - foram péssimos alunos, e isso consta em suas biografias!


Desse modo: Liberte-se de suas idéias pré-concebidas quanto ao aprender uma nova Língua. As vantagens são muito grandes, e é maravilhoso aprendermos uma nova cultura. Queira saber, questione, crie suas próprias idéias e conclusões. Não sejamos reprodutores de coisas que ouçamos falar, mas falemos daquilo que conheçamos. E o principal: Não substime-se, você é especial e possui dotações - e isso é algo que não se perde, pois o cérebro humano está em constante trabalho o tempo todo.


Iss vale não somente para o ensino e aprendizado de Línguas, mas para a vida como um todo. Tenho aprendido a não julgar sem conhecer, a não desistir ou criticar sem ter certeza do que falo. É uma tarefa árdua, mas crescemos sobremaneira!


Concluindo, isso se aplica também, principalmente a crenças, mitos (e aqui podemos dizer fofocas, difamações e murmúrios) acerca de pessoas. Posso falar de inúmeros objetos de estudo, mas pessoas sempre serão pessoas. Há vida, há sentimentos envolvidos.


Não seja destrutivo.Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós. E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.” - Mateus 7:1-5


Livre-se de suas crenças, plante seus objetivos e metas, e colha os frutos! ;)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Homem x Animalidade

No que diz respeito aos seres humanos, um fato só pode ser negado ou contradito caso haja ações - que sirvam como evidências - que o desconstruam e condizem com a realidade.


Muitas são as teorias que têm por finalidade explicar o surgimento da raça humana. Ainda que haja grande variedade, o evolucionismo - que afirma o homem oriundo do macaco - tem sido a mais aceita e supostamente, mais lógica e racional.


Contudo, vê-se um grande contradição: Ao passo em que a sociedade contemporânea afirma ser originária de um animal, simultaneamente repudia qualquer forma de alusão, comparação ou aproximação a um. Logo, o que vemos são pessoas incertas de suas origens, negando as próprias crenças. Afinal, o ser humano - tão complexo em si, rico em habilidades e dotações - não pode ser comparado a criaturas selvagens e desprovidas de racionalidade.


Segundo o dicionário Gama Cury, animalidade é "condição do que é animal". Sendo assim, animalizar-se seria "tornar-se bruto", "embrutecer-se", bestializar-se".


Analisando o homem e suas atitudes historicamente, é fácil perceber que não há grande distância entre nós e o ato de "tornar-se animal". Ainda que a grande maioria não aceite, o homem animaliza-se desde que passou a existir.


Sua animalidade pode ser vista em praticamente todos os seus atos. Já no início de sua existência foi um animal que buscou seus interesses, agiu por instinto e não abriu mão de suas vontades.


Ainda que, segundo Robert Foley, um animal não possua capacidade de organizar-se socialmente de forma complexa, o homem por sua vez, aglomera-se sobre o outro em uma sociedade selvagem, onde predomina a lei do mais forte.


O ser humano levanta bandeiras em nome de organizações e idéias que, geralmente, nada mais são do que a representação de seus desejos individuais, de suas vontades secretas. Age com dissimulação, frivolidade e calculismo, de forma que melhor lhe convier. Enquanto tenta manter uma imagem de homem civilizado, o menor deslise revela sua animalidade. Um excelente exemplo é o texto "Acirema", que mostra-nos uma tribo selvagem cometendo atos absurdos em relação a hábitos, tradições e costumes, quando na verdade, o texto fala dos próprios seres humanos ocidentais.


Todas estas questões não estão relacionadas à natureza original do ser humano, pois sabemos, de fato, que o homem não é um animal e também não tem por finalidade agir como um. Entretanto, a cada dia torna-se mais parecido com seres providos de sensibilidade, mas sem o mínimo de racionalidade. Logo, metaforicamente, o homem é um animal, e sua animalidade é expressa diariamente através de seus atos.


Assim, voltamos à idéia inicial: um fato só pode ser negado caso haja ações (evidências) que condizam com o que é afirmado. Doa a quem doer, afirmar conotativamente que o homem é um animal é perfeitamente condizente à realidade em que vivemos; assim como crer no contrário é prontamente jogado por terra ao olharmos para nossas ações, tão dignamente "civilizadas".


OBS: Ainda que eu seja uma criacionista ferrenha, vejo a Antropologia ajudando-me a ser imparcial, rs.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

De pára-quedas na Antropologia!


Desafio.
Assim como algo totalmente radical, este semestre curso uma disciplina que tem sido um tremendo desafio: Introdução à Antropologia.

Universidade por si só já é uma loucura nos mais diversos aspectos. Porém, quando a disciplina também é "dose" o desafio torna-se maior, e assim, mais prazeroso e cada vez mais instigante.
Há muito tempo ando desejosa de compartilhar aqui minhas impressões sobre a aventura que tem sido cursar esta disciplina.

Ouvia algumas pessoas falando que estudar antropologia e ser cristão era algo um tanto complicado, pois, na Antropologia sua visão é ampliada, dogmas podem cair por terra, olhar crítico (juntamente com muita filosofia, claro) aflora, e você corre o risco de passar a ter uma visão relativista das coisas. Conheci pessoas que cursaram antropologia em Seminários teológicos e ficaram um tanto confusas.

Ótimos motivos para qualquer um temer, afinal, é muito desconfortável qualquer tipo de desconstrução. Contudo, quanto mais eu sabia sobre, mais instigada ficava. Pensei, e decidi cursar Introdução à Antropologia durante este semestre e ver o que aconteceria comigo - e com os outros. Sairia eu, muito confusa? Princípios seriam abalados? Surgiria alguma revolta? Essas e outras perguntas assolavam minha mente, mas uma era o cerne: Como eu, denominada cristã e seguidora de Jesus, me portaria perante meu professor e colegas, ao expor minhas idéias?

Quando percebi, estava eu em um belo dia de sol, sentada em uma carteira no departamento de Antropologia; rodeada de pessoas muito alternativas: calouros doidos pra curtir a Universidade juntamente com um professor pra lá de liberal. Em suma, na sala só deu "personalidades". Olhei ao redor, peguei a ementa, dei uma olhada nos textos e assuntos, e a cada palavra dita pelo professor - muito jovem, aliás - perdia-me em divagações, considerando que eu estava afoita pelo conteúdo que seria abordado e o que estaria por vir. Estava ansiosa e não queria perder nada!

Queridos, que experiência fantástica tem sido minhas tardes de quarta e sexta-feira. Palavras como
Etnocentrismo, dogma, Igreja Católica, religião, ciência, racionalidade, Deus - ou força maior, como a maioria prefere -, estado, relativismo, fato, questionamento, preconceito, alteridade, sexualidade, liberdade, etnografia e tantas outras aparecem em quase todas as aulas.

Os assunto abordados são os
mais polêmicos possíveis. A aula inaugural gerou a discussão: EVOLUCIONISMO X CRIACIONISMO. Nesta aula percebi o alto grau de dificuldade existente para se falar de Jesus em uma Universidade. Pessoas com seus conceitos pré-concebidos, conhecedoras de grandes verdades, tão adversas e distintas entre si! Muitos ficaram pensativos com uma afirmação que fiz: "Me parece inconcebível pensar e crer que o mundo, os seres humanos e toda nossa complexidade passou a existir pelo agrupamento de pequenas partículas. Tudo o que eu vejo é prova de que Deus existe." Por mais adverso que seja o lugar no qual você se encontre e mais incapaz que você se sinta - como eu me senti nessa aula - não se cale, não se envergonhe! Você se sentirá bem por compartilhar a sua fé e as pessoas ouvirão a Palavra proferida por sua boca. Devemos procurar pequenas brechas, pequenos espaços...

A seguinte aula teve como temática CIÊNCIA X RELIGIÃO, onde confesso, senti muita impotência diante da grande multidão que, infelizmente, confunde o Medievalismo que nos trouxe até aqui com o que deveria ser uma Igreja de verdade, a noiva de Cristo. Se eles soubessem que grande parte das alegações da Igreja atualmente não passam de instituições humanas e não propriamente o que o Senhor estabeleceu, talvez fôssemos vistos com outros olhos perante uma sociedade tão incrédula e cega. (2Co 4.4)
.

Assuntos como preconceito, raças, etnias, heranças dogmáticas, homossexualidade têm gerado grande alvoroço na sala 215 do ICC ala norte. Em uma das últimas aulas uma menina levantou a voz e bradou: "quero ter meus direitos reconhecidos como mulher, negra e lésbica". Creio que, infelizmente, essa frase exemplifica bem o perfil dos alunos dessa disciplina: pessoas que defendem causas mas ainda perdidas, não sabem para onde vão.


Todo final de aula alguém levanta de sua carteira e convida a turma para uma chopada ou uma festa que está acontecendo naquele momento. O mais curioso é que essas mesmas pessoas também fazem convites para apresentações no Teatro Nacional, peças teatrais, debates e grupos de dança contemporânea. Pessoas de extrema cultura.

Na última aula o professor fez uma proposta que deixou-me boba. "Estava pensando de na semana que vem, durante a aula, comentarmos a prova em um BAR". A galera foi ao delírio. Ele sorriu. Eu meneei a cabeça, como se dissesse: "- Como é isso?". Sendo assim, depois da próxima aula que tem como assunto BRUXARIA, as provas serão comentadas em um bar. Para os mais caretinhas que não forem, meia horinha de comentários em sala.

Essas e outras têm sido minhas experiências em Introdução à Antropologia. Muitos me perguntam: "Ju, que horror! Como você consegue?".

Bem.. Pode parecer estranho, mas tenho aprendido e percebido muitas coisas enquanto curso esta disciplina. Tenho aprendido a ser imparcial, a olhar os dois lados, a tentar compreender o porquê de algumas pessoas serem tão diferentes de mim, pois o objetivo da Antropologia é este: entender o outro. Não julgá-lo, mas buscar compreender o que leva um ser humano distinto de mim a agir desta ou daquela forma. Entender a razão de um índio acreditar que determinadas máscaras o protegerão de espíritos maus, ou a razão de uma luta social, ou de correntes filosóficas diversas.


Percebi que tenho muito de antropóloga, pois a maior parte dos antropólogos baseia suas carreiras e teses em experiências vividas em campos adversos, como tribos indígenas perdidas, grupos marginalizados, aldeias distantes. Nesses lugares permanecem por até mesmo anos, com o intuito de simplesmente entender as diferenças.

Quando olho para a minha turma de Introdução à Antropologia só consigo pensar: Que alvoroço seria se todos estes pertencessem a Jesus! - cada vez que piso dentro daquela sala meu coração dói por cada um deles, mas ao mesmo tempo agradeço ao Senhor por poder estar ali, por mais adverso, doido e contraditório que possa parecer. E as pessoas queridas que já conheci ali, de cursos tão diferentes do meu só acrescentam à minha idéia de que as diferenças vem senão para somar.

Gostaria de levar todos os meus amigos para assistir a pelo menos, uma das aulas comigo. Independente do dia, sempre é algum assunto polêmico. Creio que todos aqueles que se auto-afirmam cristãos deveriam assistir a uma aula como essa, e perceber que há muito o que mudar na sociedade atual, mas que algumas mudanças primeiramente devem começar em nós.
Para se atingir alguém com amor é preciso despir-se de qualquer tipo de pré-julgamento. Somente assim uma pessoa perceberá que tem valor independente de quem ela seja.

A cada dia vejo através dos mais diversos motivos, que no momento em que vivo hoje, a sala 215 do ICC ala norte às quartas e sextas à tarde, é um dos lugares onde eu
realmente devo estar. =)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Por Ti, darei minha vida! - O depois...


Depois de cada projeto missionário, as palavras da música Outra vez - Fernanda Brum - sempre passeiam descontroladamente em minha cabeça: “Sonharia outra vez, sofreria outra vez, valorizo cada instante que passei! Pregaria outra vez, clamaria outra vez: “Arrependam-se, oh filhos de Sião!”

De fato, mais uma vez, digo: Eu faria tudo outra vez.

Esta TRANS foi muito especial e uma experiência muito diferente de tudo o que eu já havia vivenciado até então. Como vocês puderam acompanhar, tudo o que eu estava imaginando e esperando para este projeto aconteceu: o tipo de lugar, as batalhas, a opressão sem igual, lugares perigosos, situações de risco, ficar cara a cara com o diabo – literalmente, e outras coisas mais. Sou grata ao Senhor, pois Ele, previamente, permitiu que eu me preparasse para todas essas coisas.

Ter trabalhado voluntariamente na maior favela de São Paulo, perder-me em bequinhos de boca de fumo; sair debaixo de chuva em temperaturas abaixo de 10° para receber portas fechadas, dar estudos bíblicos à noite com medo de não saber se chegaria segura na Igreja, fumar “alguma erva” inconscientemente...

Ver com meus próprios olhos o local do meu sonho em que uma moça foi estrupada; entrar em barraquinhos mínimos e demonstrar amor, enfrentar demônios no corpo de outra pessoa e ser você, o agente da libertação; ser a boca do Senhor para impedir divórcios e morte, ter visões da ação do inimigo em lugares onde você terá que entrar sabendo que ali você enfrentará grandes lutas, sentir arrepios e sobre você o peso da responsabilidade: aquelas vidas precisavam ser salvas!

Olhar para uma imensidão de barracos sem fim e orar: - Senhor, eu quero todos para Ti; andar pelas ruas e não conseguir segurar o choro ao ver a situação daquelas pessoas. Amar, abraçar e beijar crianças marginalizadas, doentes e sem qualquer tipo de esperança; ter ficado doente e tomando soro por dois dias devido à opressão –algo realmente muito forte- sobre mim e minha equipe...

Andar à noite pela Cracolândia; por falta de fé ter certeza de que seria assaltada, com muito medo - que não pode ser demonstrado - segurar a mão de um amigo ao perceber que nossa presença era estranha em certos lugares, ver crianças fazendo sinal de arma o tempo todo para tirar uma foto, maridos ameaçando espancar esposas, esposas à beira de abandonar a casa, crianças que eram espancadas, pessoas acometidas de loucura, cristãos sem certeza de salvação, ventos de doutrina crescendo e muitos outros fatores que aqui poderia eu listar: tudo valeu a pena, porque o nome do Senhor foi exaltado naquele lugar.

Que experiência fantástica ver a transformação de vidas sem esperança. Pessoas que se drogavam todos os dias indo para centros de recuperação. Crianças voltando a ter esperança. Casais se reconciliando, pessoas aceitando a Cristo! Diga-me, qual é a missão da Igreja? Para que a Igreja existe, qual o seu propósito na Terra, senão buscar vidas para o Reino? Qual o maior anseio do coração de Deus? Vidas, vidas perdidas!

Por que negligenciamos a Grande Comissão se é para isso que a Igreja serve? A igreja que deixa de fazer missões deixa de ser igreja, e foge do seu propósito inicial de Atos 1.8 e Mateus 28:19-20.

Fomos salvos para salvar, não para guardar a mensagem da salvação. Fomos libertos para libertar. Fomos comprados para servir. Você, que tem a Cristo, tem poder a autoridade para ser agente de transformação!

A Campanha de Missões Nacionais deste ano vem como o tema: “Por Ti, darei minha vida”.

Nos últimos dias dei a minha vida por vielas e um escadão numa favela. Dei a vida pelo Claudione, pela Simone, pela Dona Francisca, pela dona Maria e por tantas outras vidas que cruzaram a minha.

Jesus deu a vida dEle por amor a nós. Você, hoje, daria sua vida por quê? Pelo que? Por quem? Quais são as causas pelas quais você tem lutado, defendido, erguido a bandeira?

Para aqueles que ainda têm dúvidas se Deus é real, eu afirmo: Ele é, e alguns só compreendemos a veracidade deste fato quando vê que um demônio treme quando se balbucia JESUS CRISTO.

Valeu a pena, sem dúvida nenhuma! O passo seguinte agora é saber qual o próximo lugar onde Deus me quer, lembrando em todo momento que, se estou em Brasília, há algo a ser feito por mim aqui – em minha Igreja local e nos demais círculos dos quais faço parte. O mesmo serve para você, seja onde você estiver: aquele seu vizinho chato, seu amigo de faculdade que é um “mala”, sua colega de emprego que só fala bobagem: tenha certeza de que você não está nesses círculos sem propósito. São justamente estes que, através da SUA vida, Deus quer alcançar!

Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte.” Filipenses 1.20

JESUS TRANSFORMA, e que venha a Trans 2010! Eis - me aqui Senhor, envia-me a mim.

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Amados da tão maravilhosa equipe 02 – Jardim Santo Eduardo:

Eu amo vocês! Que edificante o tempo em que passamos juntos. Odeth, Ruthinha, Neuzinha, Bless, Itamar, Line, Valéria, Raquel, César, Lucas, Pr. Pedro (meu papai!) e todos os amados da Igreja local que se uniram a nós: Muito obrigada por tudo. Somos unidos através do amor de Jesus.

Obs: Marido, uma vez Trans Paulista, sempre Trans Paulista! Ouvindo ‘Altos montes’. ;)




quinta-feira, 30 de julho de 2009

TRANS SP - Diretamente do campo IV

Como me encantaria poder falar tudo que acontece aqui, são tantas bençãos! Mas em suma, mais um relatório enviado à Junta de Missões Nacionais:

A essa altura do projeto nossa equipe tem passado muitas provações em relação à saúde, cansaço, etc. A opressão tem sido muito grande, mas Jesus tem sido reconhecido em Jardim Santo Eduardo.
Nesta última semana as duplas foram trocadas. A dupla Odeth Brites e César encontrou o senhor Antônio – aquele que viu os voluntários como anjos – e ele afirmou: “Depois daquele dia tudo em minha vida mudou, minha família foi restaurada, vou reabrir minha firma (ele é serralheiro desempregado) . Já consegui uma casa para morar.”. A missionária Odeth Brites diz: “Nós testemunhamos que o senhor Antônio estava TRANStornado e foi TRANSformado pelo poder do evangelho!”. A voluntária Aline afirma : “É incrível como nosso Deus tem poder.As vezes nós esquecemos disso e ver como a vida de pessoas, como o seu Antonio, podem ser TRANSformadas é realmente maravilhoso!”. Tivemos um culto no lar que foi muito bem frequentado, onde três vidas se entregaram a Jesus, e entenderam que precisavam dEle em suas vidas.
A dupla Domingos Blees e Julyana estavam fazendo recenseamento, quando um rapaz passou por eles e disse: “falem de Jesus para aquele meu amigo que está vindo até nós”. O rapaz estava apressado, mas parou para ouvir a mensagem do Evangelho, e ali no meio da rua, entregou sua vida a Cristo. “Vocês não querem vir me buscar amanhã pra eu ir na Igreja? Eu moro bem ali” – disse ele.
A dupla Neusa e Lucas trabalharam na parte classe média baixa do bairro, e têm encontrado muita resistência, muitas vezes são maltratados, mas a mensagem salvadora não se pode deixar de anunciar. Regozijamos-nos nas tribulações e quando somos perseguidos por amarmos a Cristo.
A voluntária Valéria, juntamente com sua dupla contou: “Encontramos duas meninas que precisam de oração.”. Trata-se de que, uma das crianças simplesmente disse: “eu quero morrer, meu pai foi assassinado com 25 tiros, minha avó com quatro tiros.”. Temos encontrado pessoas com histórias e marcas profundas, principalmente na área da favela. São drogados, crianças carentes, famílias que estão sendo destruídas!No culto de oração na igreja dia 29/07, tivemos duas surpresas de Deus.O nome delas? Thiago e Rogério! Frutos de estudos bíblicos do evangelho de João que vieram de LIVRE E ESPONTANEA VONTADE ao culto! E foi uma tremenda BENÇÃO!Deus tem feito grandes coisas aqui em Jardim Santo Eduardo, e cremos que seu reino prevalecerá! Orem pelas vidas que aceitaram a Cristo aqui, e para que o inimigo não tenha nenhum tipo de poder sobre suas vidas.Louvado seja o nome do SENHOR!

OBS: Em nosso dia de folga fomos conhecer São Paulo. Oramos em plena Avenida Paulista! Foi benção!
OBS¹: Orem por minha saúde... Estou com uma virose, preciso que o Senhor me reanime... Obs: Duvidei, mas só para esclarecer: Não é gripe suína. Huhaua.

OBS²: A foto é da campanha de missões nacionais 2009. Não é linda?
;)



Trans SP - Diretamente do campo III


Queridos, não tive tempo de postar essas notícias na época em que ocorreram, são da semana passada... Mas aqui coloco para que você orem por nós.

A foto é referente a um beco da favela, onde eu e minha dupla, em um dia chuvoso, nos perdemos, rs.

Continue orando por nós. ;)


No dia 23/07 começamos nossa EBF. As crianças estavam muito alvoroçadas, mas tudo correu bem para a Glória de Deus. Nossa equipe, muito disposta, conquistou as crianças e todos terminamos o dia com o sentimento de trabalho cumprido.Tivemos aproximadamente 62 crianças presentes.No dia seguinte a chuva “espantou” a todos. Choveu tanto que não conseguimos sair para fazer o recenseamento. Compareceram apenas 32 crianças na EBF, porém foi um dia de luta. Percebemos que o inimigo tentava nos atrapalhar para impedir o trabalho e passamos por uma tremenda batalha espiritual, onde a voluntária Neuza precisou fazer uma oração, expulsando todo espírito contrário.Os voluntários Julyana Carvalho e Lucas Ávila passaram por uma experiência muito marcante pouco antes da EBF.Ao irem até a casa de um pai de família chamado “Claudione” para dar um estudo sentiram-se espiritualmente incomodados. Claudione é viciado em drogas e álcool.Conversando, ele se confessa em lágrimas : “Hoje mesmo eu já fumei maconha e bebi.Quero parar de roubar!”. Quando os voluntários foram orar por ele dentro de sua casa, o inimigo se manifestou durante a oração, no momento em que Julyana pedia que Jesus entra-se naquela casa e a abençoasse. O demônio, enfurecido, dizia “Não vai entrar, não vai entrar!”, mas foi silenciado quando ouviu: “Vai entrar sim, EM NOME DE JESUS!”. Pedimos que os irmãos orem pela vida desse rapaz, estamos clamando por libertação.As palavras de Julyana são de clamor : “OREM! A opressão é grande, mas cremos que o nome de Jesus será glorificado na vida dele.”.Durante a manhã o voluntário Itamar ( que trabalha na nossa equipe apenas nos finais de semana ) deu uma “injeção de ânimo” em todos nós.Usado pelo Senhor, ele fez uma dinâmica e deu uma palavra que tocou a todos.Deus usa pessoas do Reino Dele para fortalecerem o trabalho Dele e para a Glória de Deus a união da nossa equipe só aumenta.Há alguns dias os voluntários Aline e César tem dado o estudo de João na casa da Gislene, para ela e seu filho Thiago (15 anos). Hoje, durante a EBF os voluntários César e Valéria foram dar o 4º estudo na casa deles. Para Glória de Deus Gislene se reconciliou e Thiago aceitou a Cristo como seu único e suficiente Salvador! A EBF foi uma benção.Vimos e sentimos o poder de Deus entre as crianças, apesar da chuva, 32 crianças compareceram e Deus foi louvado, tivemos 20 conversões entre ontem e hoje.Amanhã teremos o trabalho da Ação Social, temos muita esperança que Deus mova montanhas neste bairro,para isso precisamos da oração de todos. São as suas orações que nos mantém no campo missionário, para que a vontade de Deus seja cumprida na vida de cada um de nós e dos que se achegarão!AMÉM!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Trans SP : Diretamente do campo II

Olá, amados! Posto aqui o segundo relatório enviado à Junta. Sigam em oração por nós!

A cada dia que passa conhecemos o nosso campo mais e mais.Trabalhar na obra do Senhor é sinônimo de experiências na certa,é isso que temos vivenciado.Chegamos num ponto do trabalho onde a opressão tem sido muito forte.O inimigo é ardiloso e tenta de todas as formas nos amedrontar e derrubar,porém o NOSSO DEUS É MUITO MAIOR!Temos tido experiências com pessoas envolvidas diretamente com esoterismo e espiritismo, mas o Senhor nos capacita cada vez mais para entramos no território inimigo.A dupla Julyana Carvalho e Lucas Ávila no dia 22/07 durante o recenseamento abordou uma senhora chamada Doralice, que cresceu em lar batista, mas a muitos anos está afastada.Depois de muito tempo de conversa ela disse que diariamente pessoas de muitas denominações batem em sua casa.Então olhou seriamente para os voluntários e disse que dias antes havia pensado : “ Se pessoas da Igreja Batista baterem na porta da minha casa eu vou voltar para a igreja.”. Após falar isso aos voluntários que já estavam presentes, outro voluntário surgiu e em seguida irmãos da igreja local passaram pela rua. Posteriormente Dona Doralice disse: “Realmente Deus enviou vocês aqui e eu vou na Igreja e provavelmente eu não arrede mais o pé de lá. Sobre o relato Aline diz : “ Cada dia que passa Deus nos prova o quanto ele realmente nos quer aqui.A Dona Dora é só mais uma das grandes bênçãos que Deus colocou nas nossas vidas pra mostrar o quanto ele é presente no nosso trabalho.”.Temos visto que não importa o lugar, qualquer lugar é propicio para que salvação ocorra! Mais à tarde, depois do recenseamento o voluntário César foi a cabeleireiro. Enquanto cortava o cabelo não esqueceu-se de sua missão, evangelizou o senhor.Emocionado ,o senhor contou que sua família tinha um centro de candomblé e quando ele tinha apenas 10 anos participava dos rituais, onde sentado no centro de uma roda tomava 1 litro de cachaça com o “Zé Pilantra” (demônio da cachaça).Hoje para a glória de Deus todos se converteram e o centro virou uma Igreja Evangélica. A voluntária Julyana abordou uma moça em uma praça, que ali mesmo quis entregar a vida a Jesus.Após receber Jesus a moça emocionou-se à ouvir que por ela uma grande festa ocorria no céu.A Ruth e a Valéria foram enxotadas da casa de um senhor que disse “Não quero saber dessa conversa de crente, já tenho minha religião pode ir embora as duas.”.Valéria diz : “Pudemos sentir um pouquinho daquela alegria que os apóstolos sentiram por sofrer pelo nome de Jesus.”. A mesma dupla entregou um folheto para um moço chamado Rogério, que foi ao culto de quarta à noite. Ao final do culto nós oramos por Rogério, que cercado pela equipe que demonstrou amor liberou perdão ao seu pai. Ele disse: “ Estou aliviado e feliz!Vou seguir Jesus e cultuá-lo na Igreja com os irmãos.” O Pastor Pedro, da igreja local, juntamente com sua esposa tem nos acolhido muito bem, está presente no projeto todos os dias, sempre muito animado nos revigora e ajuda.É como um pai.No culto disse à igreja : ”Nossos voluntários estão fazendo em dias o que nós não conseguiríamos fazer sozinhos em anos!”.Obrigado Jesus pelo teu amor e perdão que tem poder para TRANSformar!!!!

terça-feira, 21 de julho de 2009

TRANS SP: Diretamente do campo!


Gostaria de postar aqui minhas impressões individuais de todo o projeto Trans Paulista, mas não tenho tempo no momento! Sendo assim, posto aqui o relatório de equipe mandado à Junta de Missões Nacionais (JMN), com informações de nosso campo, Jardim Santo Eduardo.

Em breve comentarei algumas peculiaridades da viagem! Está sendo uma benção, conheci pessoas maravilhosas e trabalhar para o Senhor sempre é um grande privilégio.

Eis, então, o relatório:

“A Igreja onde estamos trabalhando, liderados pela missionária Odeth Brites, é bem simples, acolhedora, de irmãos amáveis e carinhosos.As pessoas do bairro são simpáticas e receptivas.
Apesar das dificuldades no primeiro dia, como o chuveiro queimado, que pra Glória de Deus (e a nossa saúde! Rss) foi concertado, tivemos a caminhada de oração que foi uma benção.
Com a caminhada de oração pudemos conhecer melhor nosso bairro, vimos as grandes dificuldades da região, como crianças se drogando logo pela manhã, muitos bêbados e mendigos, fora um alto índice de prostituição.Foi impossível não se emocionar com o que o inimigo tem feito naquele local!
Quatro voluntários foram tocados por Deus e estão trabalhando dentro da favela (antiga favela do Aricanduva), que fica em próxima à Igreja, lugar onde a opressão tem sido grande, mas Deus já tem agido.

Os voluntários Aline Cruz e César Augusto estavam em um beco e foram abordados por um homem ( o seu “Zelão” ) e convidados a entrar em seu barraco, pois havia uma pessoa ( seu Antonio, amigo de Zelão ) que estava passando mal. Ao chegarem no local, seu Antonio disse: “Eu tive um sonho, onde Deus me mostrou que anjos viriam aqui na minha casa falar Dele pra eu voltar pro caminho certo. Tenho certeza que estes anjos são vocês.” , conta a voluntária Aline.

Outra dupla, Lucas Ávila e Julyana Carvalho abordaram uma catadora de lixo, que por não ter o que comer, comia gelo, em um dia de temperatura aproximadamente de 10 ºC. Conversaram também com uma moça que tem medo do marido. “Estar dentro de uma favela, para falar do amor de Deus é algo muito forte”, diz a voluntária Julyana Carvalho. Já o voluntário Lucas diz: “Deus nos mandou até as pessoas certas. Deus tem me dado amor pelas almas perdidas. Eu sempre pedi isso a Ele”.

Temos encontrado pessoas muito sedentas de Deus, como uma moça abordada pelas irmãs Ruth e Valéria, que certa noite, após uma cirurgia, clamou a Deus com dores horríveis, e viu a mão do Senhor passar por seu corpo. Hoje está afastada da Igreja, mas quer reconciliar-se.

Encontramos muitos que se dizem evangélicos e não possuem certeza da salvação. Temos encontrado catolicismo forte e muitos ventos de doutrina.
Os voluntários Domingos e Neusa já no primeiro dia de ação missionária ganharam três vidas para Cristo! Glória a Deus!
No dia 20 à noite, após um culto no lar, recebemos a notícia do assassinato de um primo de Janaína, uma adolescente da igreja Local. “Ele já estava marcado”, disse ela.

Apesar disso, Deus tem agido poderosamente em Jd. Santo Eduardo. Pedimos que orem pela unidade da equipe, por nossa segurança e pelo trabalho de discipulado com os adolescentes da Igreja.

Agradecemos, primeiramente a Deus, que nos enviou ao Jd. Santo Eduardo (cremos que é o lugar onde deveríamos estar ), à liderança e aos irmãos que estão orando por nós.
P.s.: O “Ministério do Tempero” é uma benção puraa! Deus é muito bom!! =D”

Orem por nós, amados. Missões é campo de batalha,sempre.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Jesus TRANSforma!

[Por favor, leia até o final. ;)]

A JMN (Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira) possui um Projeto evangelístico/missionário chamado Jesus TRANSforma, mais conhecido como TRANS. O objetivo deste projeto é arrebanhar voluntários dos quatro cantos do país, com o intuito de ganhar vidas para Jesus em lugares específicos. O projeto é realizado no mês de julho, e sua duração é de algumas semanas até geralmente, um mês.

O projeto vem sendo realizado desde a década de 80, e muitas vidas têm sido salvas em todo o Brasil. Muitas vezes a TRANS vai a lugares considerados áreas de risco e de difícil acesso. Este ano, por exemplo, um dos lugares alcançados será a Cracolândia – SP, lugar o qual, temos visto todos os dias em jornais e documentários, por tratar-se de pessoas de difícil lida, como bêbados, prostitutas, drogados e meninos de rua.

Com 15 anos conheci a TRANS - em 2005 - e fiquei encantada! Entretanto, ainda não possuía idade para participar do projeto. Diante de Deus, naquele ano senti em meu coração o desejo de ir assim que fizesse 18 anos, e ano passado participei pela primeira vez do projeto.

Fiquei quase um mês na Bahia - na região da Chapada Diamantina - em uma cidadezinha de 6 mil habitantes, chamada Boa Vista do Tupim. Em menos de um mês, na cidade onde atuei com uma equipe de 13 pessoas, através de estudos bíblicos, programação para crianças, impactos e cultos nos lares, 160 vidas foram salvas. Em toda a região da Chapada, em menos de um mês, foram 6.375 vidas!

O que dizer da experiência? Benção sem tamanho! Algo que se eu pudesse, repetiria inúmeras vezes... É fantástica a forma como Deus age e usa as vidas dos voluntários. É lindo sair de nossa realidade e nos depararmos com pessoas carentes não só de coisas materiais, mas da palavra de Deus.

Posso dizer que a TRANS confirmou coisas que há muito estavam em meu coração, direcionando-me a muitas áreas específicas, até mesmo em meu Ministério em minha Igreja Local.
Já havia participado de inúmeros projetos missionários, mas a TRANS foi especial... Por quê? Porque foi onde Deus falou claramente ao meu coração de que Ele me queria por inteiro. Um marco para qualquer vocacionado!

Este ano serão realizadas TRANS em 8 estados brasileiros, com a duração de 16 dias cada. Três já começaram e terminaram esta semana (Em Alagoas, Tocantins e Piauí); e outras quatro começam esta semana também: Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Sergipe e São Paulo.
Muitas coisas me chamavam neste mês de julho. CEFLAL em Brasília (treinamento de ministério esportivo: esporte+missões); viagem missionária para o Haiti, viagem da convenção do DF para meu estado (RS), impacto evangelístico no nordeste, One Day em Brasília, Despertar em Vitória (Congresso), e Trans em oito estados brasileiros.

Eu claro, devido a duração de cada projeto, poderia escolher somente um. Quantas dúvidas assolaram meu coração! Porém depois de orar muitos meses, eu sabia: De tudo isso, eu iria para a TRANS. Não consigo trocar um projeto assim por treinamento qualquer, ou viagem internacional, ou pelo melhor congresso que seja, na melhor cidade que seja.

Deus sabe do que, hoje, eu preciso, e eu também. No momento, não é de nada disso. Hoje, preciso de confirmações claras de Deus quanto a chamado e ministérios específicos, direcionamento de vida! Ano que vem termino minha graduação, e aí? Se eu não estiver convicta do que quero, posso cometer erros irreparáveis.

Sendo assim, sei que a TRANS é o melhor lugar onde eu possa estar durante este mês de julho, em meu momento atual. Despreender-me de tudo, para simplesmente servir... Talvez eu faça isso durante minha vida inteira...

Assim, sábado, dia 18 de julho, juntamente com mais três amigos de minha Igreja, estarei em São Paulo para participar da TRANS Paulista, e lá ficarei 17 dias.
Por que São Paulo? Bem, confesso: a escolha não foi totalmente minha, e sim em grande parte de minha Igreja local, que julgou ser o melhor lugar para que fôssemos, tendo em vista ser o estado com realidade mais próxima da de Brasília.

Caso eu pudesse escolher, a princípio, iria para o Tocantins, ou qualquer estado do nordeste como Piauí ou Alagoas. Não sou uma pessoa lá muito urbana. Dessa forma, São Paulo fugia totalmente das minhas preferências para onde eu pudesse ir.

Mas vejamos como Deus faz as coisas! Antes de saber que iria para São Paulo, comecei a interessar-me mais do que o normal por pessoas de rua e menos favorecidas: mendigos e tudo o mais (sendo que falei muito sobre isso aqui em meu blog, inconscientemente...).

Passei a observá-los com mais freqüência, e sem dar-me conta, preparei uma Campanha de Missões Estaduais objetivando uma responsabilidade maior por parte da Igreja em relação a essas pessoas.
Dessa forma, comecei a cogitar a possibilidade de que, este ano, talvez Deus me quisesse em uma área mais urbana. Dito e feito.

Quando soube que realmente iria para São Paulo, senti paz em meu coração. Comecei a pesquisar sobre o lugar, e trata-se do MAIOR campo missionário brasileiro! Simplesmente, a maior cidade da América Latina.

Digo a vocês, será um desafio enorme para mim, pois sei de mim e sei de minhas limitações, mas além de saber tudo isso, sei que Deus poderia enviar-me para qualquer outro estado, mas me quer em São Paulo. Há propósitos celestiais em tudo!

Dessa forma, peço que estejam orando pela TRANS nesses estados específicos, mas orem muito por mim - foi por isso que pedi que lessem o post inteiro, para que chegassem até aqui:

Muita coisa já tem acontecido para amedrontar-me, se fosse contar aqui não sairia tão cedo. Já tenho consciência de que será difícil e a opressão imensa, pois daqui já tenho sentido. Tanta opressão que chego a andar aflita estes últimos dias.

Tenho sonhado TODA NOITE com lugares estranhos e situações mais estranhas ainda. Noite passada sonhei com um lugar horrível, uma quebrada tão cabulosa, e presenciei um estupro...
Quase não tenho tempo de pensar em coisas assim durante o dia, tendo em vista que minha rotina é tão atarefada e corrida! Quisera eu ter tempo para divagar sobre a vida... E quem é que fica pensando em coisa ruim? Sai pra lá!
Com certeza também não durmo planejando sonhar com coisas assim, como se dissesse: “Hoje vou sonhar com um demônio” – acontece. Tudo isso ainda é assombrosamente obscuro demais para mim... Eu não entendo.
Tenho sido acordada de madrugada pelo Senhor me mandando orar e falando-me: Há que se preparar! E o sono que me pega nessas horas...
Sonhos onde sou afrontada pelo inimigo de nossas almas têm sido tão freqüentes! Coisas que diariamente tenho ouvido, visto e sentido... Não é brincadeira. O mundo espiritual NÃO é brincadeira! Podemos brincar de ser crentes, morrendo em nosso pecadinhos, mas o diabo não brinca de ser diabo!

Não pretendo dizer tudo o que tem sido apresentado a mim antes mesmo de eu chegar lá, mas, por favor, OREM! Nunca senti isso dessa forma antes.

Sei que o Senhor fará grandes coisas naquele lugar. Através de mim de muitas outras pessoas Sua glória será manifestada e haverá salvação. Glória a Deus!

Ore pelas pessoas que serão alcançadas, e pelas 45 cidades e bairros de São Paulo que a Trans irá alcançar. Ore pelos voluntários. Ore para que a ação do maligno seja silenciada. Ore pelo projeto como um todo. Ore por meus amigos de minha igreja que irão (David, Alice e Paulini). Ore por mim.

Jesus irá TRANSformar São Paulo nos próximos 20 dias. Eu CREIO!

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“... em toda extremidade se ouvirá o som da adoração...!” (JUMOB)


quarta-feira, 8 de julho de 2009

A morena clara, do sul.

Semana passada recebi um presente que me deixou honrada! Já havia recebido tal presente algumas vezes, mas não desta forma.
Trata-se de uma poesia feita especialmente para mim. Porém, sua autoria não é de um jovem amigo ou proveniente de um coração apaixonado – como das outras vezes - e sim, feita por alguém que, ao longo de seus mais de 100 anos de idade, muita história tem para contar.
O autor é Britto de Oliveira, escritor brasiliense. Ao longo de sua vida trabalhou no funcionalismo público, porém aos 75 anos de idade decidiu colocar sobre o papel tudo o que até então, a vida lhe havia ensinado - e não mais parou.
Posto então, tal presente, que de bom grado aceitei: “A morena clara, do sul”, de Brito de Oliveira.

A morena clara, do sul
Britto de Oliveira

Jovem morena clara, símbolo de um amanhecer
Unida aos pais, pelo anel de amor e gratidão
Lume de uma família expoente, sólida e culta
Imperando no lar o aconchego de ainda criança!
Altaneira, ativa, inteligente a caminho das letras
Nítidas numa desenvoltura em nível de Universidade,
Apreciável profissão, numa mostra de ensinamentos.

Partis-te das plagas do sul berço dos teus primários dias,
Elegendo-se brasiliense nesse horizonte tão fecundo!
Risonha capital do país, pungente e cheia de esperança.
Essencial urbe para notáveis e diferenciados aprendizados
Solicitados pelos inovados empreendimentos educacionais.

Colhes-te na alvorada da vida as tuas dezenove primaveras
Alvejando o teu caminho com lírios perfumados
Rindo numa profunda alegria! Mostrando esses dentes nus,
Vestidos de uma terna e viva brancura num deleite imaculado
Associado a esse rostinho de arcanjo das alturas onde há
Luminárias estrelando que rutilam e bordam o infinito,
Habitação do Altíssimo e único que te moldou nesse vivo encanto
Obrigado gauchinha pelo modelo, para esse fascinante perfil.

Obs: Perceba as primeiras letras de cada verso, combinadas umas com as outras: trata-se de um acróstico.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Melhor não esperar, para não se frustrar...

Tenho aprendido essa verdade: Não se pode esperar muito das pessoas. Ao lidar com elas, não se pode ter grandes intenções, grandes pretensões: todos somos falhos e passíveis de erros. Logo, percebo que o único movimento que deve nos mover a lidar com as pessoas é uma preocupação genuína, sem esperar algo em troca.Semana passada vivenciei algumas experiências que me deixaram pensativa, comprovando mais uma vez o que eu há tempos tenho considerado: podemos nos doar por inteiro a algo ou alguém , mas nem sempre sentiremos a reciprocidade de nossas ações, obteremos os resultados esperados ou até mesmo, qualquer tipo de reconhecimento por nossos esforços.

Havia um mendigo em frente à loja, sentado na sarjeta. Ele estava passando muito mal: tremia e vomitava muito. As pessoas caminhavam indiferentes a ele, entretanto, a situação era crítica. Ligamos para a SAMU e em 10 minutos a ambulância chegou onde ele estava. Porém, como eu já imaginava, apesar de “estar nas últimas” – o que era claramente visível – ele não quis ser ajudado, creio que até mesmo irritou-se. Não quis ir para o hospital, não aceitou nenhum tipo de auxílio. Depois de quase meia hora, a equipe médica - que esperava que ele fosse para o Hospital, assim como eu também - foi embora, frustrada.

O curioso é que depois que o “socorro” foi embora ele levantou-se, caminhou em direção a um poste e sentou... Sentou e chorou profundamente, acometido de sua miséria. Fiquei tão frustrada! Mesmo sabendo que pessoas que vivem nas ruas tendem a ser agressivas, ainda tinha a esperança de que ele aceitasse o socorro que lhe foi oferecido. Situações como esta são corriqueiras, algumas pessoas simplesmente estão no fundo do poço e não querem ser ajudadas. Preferem permanecer doentes, à mercê. Quando a ajuda vem essas pessoas a rejeitam, para depois, sozinhas, chorar a própria miséria e coçar suas feridas abertas.

Tenho compreendido que algumas questões deixam de ser sociais para entrar no âmbito existencial. Não se pode fazer muita coisa por alguém que não quer ser ajudado.

Outro fato foi eu ter passado mal na faculdade em função da gastrite. Fiquei perplexa ao saber que minha dor chegou ao nível de contração, aquelas iguais às que se tem para ganhar um bebê. Era noite, eu estava na entrada do Minhocão sozinha, pois havia saído mais cedo da aula. Havia algumas pessoas entrando e saindo, não muitas. Mais uma vez, estavam apressadas...

Eu, sentada em um banco, chorava de dor, e alto (nesses momentos a última coisa em que você pensa é no que os outros irão pensar). Não conseguia nem andar, e algumas pessoas viram que precisei me segurar em um poste para não cair em função da tontura. Muitas pessoas viram? Sim. Alguma ajudou? Não.

Após já estar no carro com meus pais, tendo as mãos do meu irmãozinho sobre as minhas - tentando fazer minha pressão voltar ao normal - minha mente divagava...: O que me move a querer ajudar as pessoas, a amá-las e preocupar-me com elas, sendo que em algum momento sei que não terei ajuda ou não sentirei o mínimo de reciprocidade? Saber que as pessoas são egoístas e preocupadas somente com a própria metafísica – metafísica esta, que consumiu Fernando Pessoa e tantos outros representantes do Modernismo de Portugal, por não agüentarem tanta indiferença - tudo isso afeta meu espírito de serva?

E quando pessoas que amamos ferem nossa alma, marcam profundamente nossa existência com dor e sofrimento, ainda pode-se esperar algo delas? Ainda vale a pena se doar a elas?

Sinceramente... Nada disso muda muita coisa em mim. Tenho visto que o ser humano é egoísta, mas por mais austero que pareça, sempre será tão frágil...
Ainda que eu não receba nada em troca, ainda que eu não veja muitos frutos que plantei, ainda que possa eu ser mal interpretada, prossigo. É uma escolha que tenho feito diariamente, e tal escolha é fortalecida até mesmo quando sinto que me viram as costas. Ah, o que se pode esperar de um ser humano egoísta por natureza, tão envolto somente em sua subjetividade? Quando ajudo as pessoas seja lá da forma que for, penso em suas almas, em suas vidas, em suas misérias... Mas sei que poucaspensarão nas minhas.
Mais uma vez, isso muda algo? Não.

Há muita verdade em determinada afirmação de Shakespeare, onde ele diz que “por mais que você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam”. Por mais que você se importe mais com outras pessoas do que com você mesmo, entenda, nem sempre será reconhecido por isso! O que fazer, igualar-se em apatia e descaso? Ser mais um desinteressado, crendo que há muitas outras coisas com as quais devemos nos preocupar além de necessidades da alma – suas e dos outros?

Mas e se formos levar em consideração grandes personalidades que, ainda que tenham doado suas vidas, não viveram para ver a concretização plena de seus ideais? E se eles tivessem sucumbido em meio ao caminho, hoje tudo seria igual? Poderia eu falar de inúmeras pessoas como Gandhi, Martin Luther King, Abraham Lincoln, mas vocês sabem, meu referencial sempre será a mesma pessoa: Jesus Cristo de Nazaré. Ele se doou sem esperar nada em troca, veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Ele não tinha onde reclinar a sua cabeça! Ele era Deus, mas lembremo-nos, era totalmente humano também, como eu e você.

Sendo assim, creio que Ele também tinha necessidade de auxílio e aceitação, mas não teve nada disso. Ainda assim, como humano, lidou perfeitamente com humilhações, injustiças e traições – e é por isso que sua personalidade, aos olhos da Ciência, é tão complexa: Ele fugia à regra de previsíveis reações humanas, quebrando paradigmas comportamentais. Com poucas palavras, penetrava no íntimo de pessoas que pouco se importavam com suas necessidades, e que por fim, o mataram.

Não cansarei de afirmar, ainda que eu não veja frutos, dou a minha vida para honrar o amor de Cristo, e nada mudará isso em mim: não será injustiça, falta de auxílio e tão pouco a limitação humana. Logo, se você tem feito algo por alguém e não tem sido valorizado, tem se doado e por vezes sente-se sozinho em busca de ideais “inatingíveis”, acalme o seu coração, pois o Senhor vê em silêncio. Nossa recompensa não é dada por homens, nosso galardão não será estabelecido por mente terrena.

Sendo assim, concluo: Não espere das pessoas, espere de Deus. Ao olhar para elas, não veja com olhos terrenos os problemas terrenos, mas busque entender as fragilidades espirituais. Concordo plenamente com uma grande afirmação de Albert Schweitzer: Eu não sei qual é o meu destino, mas uma coisa eu sei: Os únicos que serão realmente felizes são os que buscaram e descobriram o que é servir.

Dostoiévski sabiamente disse: Tratemos os homens como doentes. Isso é forte, rico e profundo... De fato, o ser humano não passa de um aglomerado de enfermidades, inclusive eu, com meu egoísmo e idéias pré-concebidas (que por vezes chegam a ser dogmas!). Faço uso das palavras de Sor Juana, grande representante do barroco espanhol: Yo, la peor de todas!

Eu estou doente também, com certeza. Isso sempre será uma constante no que diz respeito à fragilidade humana.... Mas um sorriso ao companheiro do leito ao lado eu sei que posso dar... Ainda que tudo o que ele tenha a me oferecer seja somente o próprio vômito.

Ria, me chame de pobre menina boba e sonhadora, eu não ligo. Perdoem-me por ainda acreditar que podemos tornar o mundo melhor.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Faça-me o favor!

[Os fatos que se seguem ocorreram comigo em apenas dois dias].

Saí de casa pela manhã para ir trabalhar. Ruas vazias, caminho eu.

Passo por uma fileira de caixas de papelão que formam um singelo túnel.

Percebi: Há uma pessoa ali dentro! Ela passou a noite sobre sua cama de farrapos e papelão. Embaixo de uma árvore reclinou sua cabeça sobre uma pedra, enquanto eu reclamo do travesseiro de penas de ganso.

Passos adiante, uma esquina suja. Um senhor sujo, sentado na sarjeta. Seu olhar é desesperado e muito profundo. Perdido... Olha para o nada enquanto eu olho para os defeitos da minha casa de alvenaria.

Chego ao trabalho. Lidar com pessoas o dia inteiro realmente é algo fantástico.

Passa um tempo. “- Moça, eu quero um cartão de incentivo... Minha amiga está com câncer, pessoa tão boa! Tão nova, bonita...”. E eu reclamando porque meu nariz não me agrada.

Mais uns minutos, entram dois rapazes: calça apertadinha, cabelo para o lado. MUito gel , jeito de se portar estranho. Fresquíssimos. (Emos?)

“- Moça, um caderno de quinze matérias, por favor.”

Um para o outro: - "Ain, mas esse caderno tem uma mulher na capa, ECA!!" O amigo*, responde: - "Ahh, a gente cola uma foto encima dela! "[Expressão de repulsa]. Olha, esse aqui é bom (apontando para um caderno com um homem na capa). E eu às vezes chego a pensar que preciso muito de ajuda.

Logo depois, entra cambaleante. Os cabelos desalinhados, barba por fazer, exala fortíssimo cheiro de pinga: “- Princeeesaaa, você é muito bonita...”. Entre uma palavra e outra, sai do estabelecimento feliz da vida porque recebeu algumas frutas. E eu reclamando que o suco de caixinha deixou-me com queimação.

Vou para casa rapidamente, acesso a internet: ÍNDIA - Menina de 10 anos que teve o rosto mutilado por professar Jesus Cristo confessa que ama seus agressores. E eu, muitas vezes, ressentindo-me de pequenas questões. Achando que meus fardos são enormes. Crendo que sofro perseguição.

À tarde, de volta ao trabalho, a conheci: Maria. Vinda muito nova do interior do Maranhão, trabalhou como empregada doméstica. Cresceu no campo, vida difícil. Comia o que plantava, seu sapato para sair era havaiana – e não podia usar em casa - era somente para sair. E eu reclamando que preciso lavar uma louça. Que precisarei esperar a lasanha congelada ficar pronta ao invés de ligar para um Mc Donald’s da vida e pedir pronta-entrega.

À noite, faculdade. “- Acredita que uma aluna minha da quinta série me ofereceu R$ 150,00 para eu dar a ela um positivo?” – Contou-me minha melhor amiga. E eu crendo que malícia dessa forma uma criança de 10 anos não possuía.

Não tivemos a última aula, fomos lanchar. Depois disso alguém lembra: Ôpa, tem “frevo” no CA! Vamos dar uma passada lá para ver a quantas anda. Muitos jovens; muita cerveja, pessoas alegres, galera dançando, muita pegação. Bem legal. E eu reclamando que às vezes sinto-me vazia.

E eu reclamando. E você reclamando.

Clichê? Ahh, quando o assunto é esse, qualquer coisa que se diga te soará repetitivo, né? Que coisa chata essas pessoas que nos bombardeiam o tempo todo com a maldita da responsabilidade!

Um segredo: O mundo não gira em torno de nossos problemas, egoísmo ou indiferença. Quando não é conosco é fácil fechar os olhos.

Faça-me o favor.


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Saldo Negativo - Fernando Correia Pina

Dói muito mais arrancar um cabelo de um europeu
que amputar uma perna, a frio, de um africano.


Passa mais fome um francês com três refeições por dia
que um sudanês com um rato por semana.

É muito mais doente um alemão com gripe
que um indiano com lepra.
Sofre muito mais uma americana com caspa
que uma iraquiana sem leite para os filhos.

É mais perverso cancelar o cartão de crédito de um belga
que roubar o pão da boca de um tailandês.
É muito mais grave jogar um papel ao chão na Suíça
que queimar uma floresta inteira no Brasil.

É muito mais intolerável o xador de uma muçulmana
que o drama de mil desempregados em Espanha.
É mais obscena a falta de papel higiênico num lar sueco
que a de água potável em dez aldeias do Sudão.

É mais inconcebível a escassez de gasolina na Holanda
que a de insulina nas Honduras.
É mais revoltante um português sem celular
que um moçambicano sem livros para estudar.

É mais triste uma laranjeira seca num kibutz hebreu
que a demolição de um lar na Palestina.

Traumatiza mais a falta de uma Barbie de uma menina inglesa
que a visão do assassínio dos pais de um menino ugandês

e isto não são versos; isto são débitos
numa conta sem provisão do Ocidente.